terça-feira, maio 23, 2017

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO: SUJEITO E PREDICADO



Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos.
Ex.: Socorro! / Muito obrigado! / Cheguei cedo.

Oração: é a frase de estrutura sintática que apresenta, normalmente, sujeito e predicado e, excepcionalmente, só o predicado.
Ex.: A menina banhou-se na cachoeira.
A menina: sujeito / banhou-se na cachoeira: predicado

Núcleo de um termo: é a palavra principal (geralmente um substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de sua significação.
Ex.: O amigo retardatário concluiu a prova de ciclismo.
amigo: núcleo do sujeito
concluiu: núcleo do predicado

Período: é a frase quando constituída de uma só oração.
Ex.: Eu quero paz.

No período simples há um só verbo. O período é composto quando formado por mais de uma oração.
Ex.: O líder disse que a equipe precisa de mais ânimo.
No período composto há mais de um verbo (ou locução verbal).

A oração do período simples chama-se absoluta.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

São dois os termos que normalmente compõem uma oração:
Sujeito: é o ser da oração a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração.
Predicado: é o termo que, através de um verbo, declara algo a respeito do sujeito.
Ex.: Meu pensamento é um rio subterrâneo.
Meu pensamento: sujeito
É um rio subterrâneo: predicado
Lá vai a procissão da igreja do Rosário.
A procissão da igreja do Rosário: sujeito
Lá vai: predicado

Sujeito: é constituído por uma palavra substantiva (substantivo, pronome ou qualquer outro vocábulo substantivo), a que chamamos de núcleo, podendo ser acompanhada de termos acessórios de especificação (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, numerais, pronomes).
Ex.: O estudante desengonçado apresentou um ótimo trabalho.
Estudante: núcleo do sujeito
O / desengonçado: termos acessórios

Classificação do sujeito

O sujeito é determinado quando o ser a que o verbo da oração se refere é conhecido.

Ex.: Seu Ribeiro enraizou-se na capital.
Seu Ribeiro: sujeito

Obs.: O sujeito determinado pode ser simples, composto ou desinencial, e pode vir expresso diretamente ou ser identificado numa oração precedente ou através da desinência verbal.

Sujeito Simples: formado por um só núcleo.
Ex.: Os sinos silenciam.

Sujeito Composto: formado por mais de um núcleo.
Ex.: Pais, professores e alunos precisam valorizar a escola.

Sujeito Desinencial: identificado pela desinência verbal ou por estar expresso numa oração precedente.
Ex.: Estávamos na sala de visitas. (Nós)

Obs.: O sujeito desinencial pode também ser chamado de implícito, elíptico ou oculto.

Sujeito Indeterminado: quando existe um ser a que o verbo da oração se refere, mas não pode ser determinado.
Ex.: Poluíram os rios.
Lê-se mais na internet do que nos livros.
Precisa-se de empregada doméstica.

Obs.: com o pronome (se), pode ocorrer sujeito determinado ou sujeito indeterminado.
Sujeito determinado: o verbo obrigatoriamente é transitivo direto e encontra-se na voz passiva sintética. O sujeito recebe a ação verbal, ou seja, é um sujeito paciente.
Ex.: Ouviram-se tiros espaçados.
Tiros espaçados: sujeito paciente
Tiros espaçados foram ouvidos.
Tiros espaçados: sujeito simples

Sujeito indeterminado: o verbo é transitivo indireto ou intransitivo, e a ação verbal não é atribuída a ser algum. O pronome que acompanha o verbo é classificado como índice de indeterminação do sujeito.

Ex.: Precisa-se de empregada doméstica.
Chegaram-se com as encomendas.
Come-se bem naquele restaurante.

Oração sem sujeito: ocorre quando não existe um ser a quem a ação verbal pode ser atribuída.

Nas orações sem sujeito temos:
Verbos que exprimem fenômenos da natureza.
Ex.: Não ventava. / No dia seguinte choveu.
Verbo haver de existir ou indicando tempo:
Ex.: Havia muita gente naquele local. / Este caso aconteceu há muito tempo.
Verbo ser e fazer quando exprimem tempo cronológico ou meteorológico:
Ex.: Eram sete horas da noite. / Faz um calor insuportável.

Predicado: noções preliminares

Quanto a seu significado, um verbo pode indicar ação ou estado.

Verbo de ação: é o que nomeia de modo geral um movimento que se atribui ao sujeito: dormir, comprar, precisar, oferecer, pensar etc.
Ex.: Juliana comprou um livro.

Verbo de estado: é o que expressa a maneira como se encontra o sujeito: ser, estar, permanecer, ficar etc.
Ex.: Juliana era estudiosa.

Predicação: diz espeito à maneira como os verbos de ação e de estado se apresentam em orações em função da transitividade. Assim, quanto à predicação podemos classificar os verbos em: intransitivos, transitivos e de ligação.

Verbo intransitivo: é o verbo que concentra em si todo o significado, sem necessitar de complemento, embora possa ser acompanhada de circunstâncias (de tempo, lugar, intensidade etc).
Ex.: Antônio partiu. / Corri muito. / Chegou cedo.

Verbo transitivo: é o verbo cujo significado necessita de complementação. Esse complemento pode ser:

Resultado de uma ação: fazer bolo. / construir edifício. / redigir a dissertação.

Alvo da ação: comprar o presente. / buscar a realização. / amar os pais.

Destinatários da ação: doar às igrejas. / enviar aos dirigentes. / sugerir ao chefe.

O verbo será transitivo direto se o complemento ligar-se a ele sem preposição obrigatória.
Ex.: O velho abriu a porta.

O verbo será transitivo indireto se o complemento ligar-se a ele através de preposição obrigatória.
Ex.: O gerente assistia à cena.

O verbo será transitivo direto e indireto se necessitar de dois complementos: um sem preposição e outro com preposição obrigatória.
Ex.: Mariana escreveu a carta ao namorado.

Verbo de ligação: é o verbo de estado que relaciona o sujeito a uma qualidade.
Ex.: Brasília é uma linda cidade.

Complementos verbais

Objeto direto: é o complemento que se liga sem preposição obrigatória a um verbo de sentido completo.
Ex.: Compramos um carro novo.

Objeto direto pleonástico: é o objeto direto que se repete por questões de ênfase.
A vida, o tempo a consome.

Objeto direto: a vida
Objeto direto pleonástico: a

Objeto indireto: é o complemento que se liga através de preposição obrigatória a um verbo de sentido incompleto.
Ex.: Precisamos de novas informações.

Objeto indireto pleonástico: é o objeto indireto que se repete por questões de ênfase:
Ex.: Ao indiscreto, não lhe confio nada.

Objeto indireto pronominal: é o objeto indireto constituído por pronomes pessoais átonos.
Ex.: Não lhes devo satisfação. / O vendedor não me entregou a nota fiscal.

Tipos de predicado

O predicado é classificado de acordo com a função que desempenha.

Predicado nominal: é o predicado que, formado por um verbo de ligação, atribui uma qualidade ao sujeito. Essa qualidade é chamada de predicativo do sujeito.
Ex.: Luciano parecia animado.
Verbo de ligação: parecia
Predicativo do sujeito: animado
Obs.: O núcleo do predicado nominal sempre é formado por um nome (substantivo, adjetivo ou pronome).

Predicado verbal: é o predicado que, formado por um verbo transitivo ou intransitivo, atribui uma ação ao sujeito.
João acordou cedo.
Obs.: O núcleo do predicado verbal é o verbo.

Predicado verbo-nominal (verbo de ação + predicativo): é o predicado que, formado por um verbo transitivo ou intransitivo, atribui uma ação ao sujeito e uma qualidade ao sujeito ao sujeito ou ao objeto.

Predicado verbo-nominal com predicativo do sujeito: apresenta uma ação e uma qualidade do sujeito no momento em que essa ação se realiza:
Ex.: João acordou doente.
Verbo intransitivo: acordou
Predicativo do sujeito: doente

Predicado verbo-nominal com predicativo do objeto: apresenta uma ação e atribui ao objeto uma qualidade que resulta dessa ação. A essa qualidade que se relaciona ao objeto através do verbo chamamos predicativo do objeto.
Ex.: O juiz considerou o assassino culpado.
Verbo transitivo direto: considerou
Objeto direto: o assassino
Qualidade que resulta da ação: culpado.

Referências

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
MAIA, João Domingues. Gramática: teoria e exercícios. 4. ed. São Paulo: Ática, 1994.
PIMENTEL, Carlos. Português descomplicado. São Paulo: Saraiva, 2004.
 Observação: Este material foi editado para ser usado em sala de aula gratuitamente.

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